Doenças do Pâncreas

O pâncreas é um órgão localizado na região abdominal, de cerca de 15 centímetros e apresenta a função de produção de hormônios (Ex. insulina) e de enzimas que ajudam a digerir gorduras, proteínas e carboidratos. Ele também produz bicarbonato para ajudar na neutralização do ácido do estômago.

As principais doenças que podem afetar o pâncreas são a Pancreatite aguda, pancreatite crônica, o Câncer de Pâncreas e a Insuficiência exócrina pancreática.

A Pancreatite aguda é uma das principais causas de internamento hospitalar por doença do trato gastrointestinal em todo o mundo. Ela é caracterizada por uma inflamação aguda do pâncreas e pode ocorrer por diversos motivos.

O quadro clínico se caracteriza por dor abdominal de forte intensidade, geralmente em abdome superior com irradiação para as costas, associado a náuseas e vômitos. Pode também haver falta de apetite, febre e icterícia (olhos amarelos).

Em caso de suspeita, é essencial que procure atendimento médico, pois o diagnóstico e tratamento deve ser feito em ambiente hospitalar. O diagnóstico se dá através da história clínica, associada a exames laboratoriais compatíveis (amilase e lipase aumentados) e/ou tomografia de abdome mostrando inflamação na região do pâncreas.

Ela pode ser classificada em três níveis: Pancreatite leve, moderadamente grave ou grave, sendo que nas últimas duas, em virtude da grande inflamação do tecido pancreático, pode levar a alteração também no funcionamento de outros órgãos, o que pode trazer risco à vida.

As principais causas de pancreatite aguda são: – Migração de um cálculo de vesícula biliar (pancreatite aguda biliar) – Ingestão excessiva de álcool – Hipertrigliceridemia – Efeitos colaterais de medicamentos – Infecções virais – Cistos ou câncer de pâncreas Como citado anteriormente, o tratamento deve ser feito em ambiente hospitalar e se baseia em jejum, tratamento da dor e soroterapia endovenosa.

Assim que há uma melhora do quadro clínico, ocorre progressão da dieta, primeiramente com líquidos e depois com comida leve. Em casos que a causa da pancreatite aguda é por migração de cálculo da vesícula biliar, opta-se, geralmente, por realizar cirurgia de retirada de vesícula (colecistectomia) após a melhora clínica da pancreatite.

A pancreatite aguda pode levar a algumas complicações locais, as principais são formação de pseudocistos e necrose pancreática aguda. Em vigência dessas complicações, por vezes se faz necessária realização de procedimentos via endoscopia digestiva e/ou tratamento cirúrgico. Eu sou um bloco de texto.

Clique no botão Editar (Lápis) para alterar o conteúdo deste elemento.

A pancreatite crônica ocorre por agressões repetidas ao pâncreas, levando a fibrose do órgão e consequentemente a incapacidade de executar suas funções fisiológicas.

As principais causas são:

– Álcool

– Tabagismo

– Hereditária (genética)

– Autoimune

– Obstrução do ducto pancreático (cálculos, tumores, cistos)

O quadro clínico se caracteriza por dor abdominal, geralmente na parte superior do abdome, após as refeições, com náuseas e vômitos associados. Em pacientes com diminuição da produção das enzimas pancreáticas (insuficiência exócrina pancreática), também pode haver diarreia, presença de gordura nas fezes (esteatorreia) e perda de peso.

Outra apresentação clínica possível é de pancreatite aguda de repetição. Em casos avançados, o paciente pode evoluir para diabetes mellitus e desnutrição.

O diagnóstico é clínico, realizado a partir dos sintomas apresentado pelo paciente, associado a exames de imagem (os exames mais comumente solicitados para avaliação do pâncreas são tomografia ou ressonância magnética de abdome) e alteração de exames laboratoriais, especialmente dosagem de vitaminas lipossolúveis (vitamina A,D,E e K), exame de pesquisa de gordura e elastase pancreática nas fezes.

O tratamento medicamentoso consiste em dois principais objetivos:

1) Controle da dor: Em pacientes com dor abdominal associada a pancreatite crônica utiliza-se, como primeira linha de tratamento, modificação do estilo de vida, isto é, suspensão do consumo de álcool e tabaco. Medicamentos analgésicos também são utilizados como primeira linha de terapia. Em casos de dor de difícil controle, podem ser usados medicamentos adjuvantes na dor, como os antidepressivos tricíclicos e inibidores seletivos da recaptação de serotonina. Em casos que não respondem a tratamento clínico, pode ser necessário procedimentos endoscópicos e/ou cirúrgicos.

2) Reposição de enzimas pancreáticas: Em pacientes que demonstrem que há deficiência da produção de enzimas pancreáticas está indicada reposição com pancreatina durante as refeições.